terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sobre as tempestades...

Existem pessoas na vida que são capazes de fazer chover dentro do outro. São capazes de tumultuar as coisas, de causar caos, de revolver tudo com a sua energia, pura e simples. Eu me reconheço nessas pessoas. Somos tempestades, cheias de fúria, de ímpeto. Mas também existem pessoas que mesmo sendo tempestades, deixam aquele cheiro de renovação, de terra molhada, de que se você olhar um pouquinho mais adiante vai ver o arco-íris... Rafael é dessas pessoas.

Na minha paixão e sede por palavras, tenho o hábito de pedir aos meus submissos que escrevam pra mim as suas impressões sobre nossas encontros. Faço isso por um desejo óbvio e egocêntrico de me ver adorada ali, nas suas lembranças, mas muito mais por considerar que a construção de uma relação, especialmente uma relação D/s se faz de entrelinhas... Nem sempre conseguimos ser claros o suficientes com a outra pessoa, nos desnudarmos de idéias pré-concebidas, medos, angústias. E acredito nas palavras como esse agente libertador.

Quando pedi a ele que escrevesse sobre o dia em que nos conhecemos, eu sabia que viria um texto carregado de sensibilidade. De paixão, de carinho, de respeito e de devoção. Viria um texto que me mostraria muito mais sagrada que profana, um texto que despertaria em mim todo o carinho que tenho por ele, e os demais sentimentos que vêm atrelados a isso. Mas quando eu li as palavras dele, uma por uma, por dezenas de vezes, percebi que ali estava muito, infinitamente mais do que eu talvez pudesse supor.

Ali estava ele, inteiro, jogado aos meus pés. Ali estava eu, inteira, de pernas abertas e não menos sagrada. Ali estávamos nós dois, exercendo de uma maneira linda, o direito de sermos indissociáveis. TOP e bottom se tornando um só, respirando no mesmo tempo, a cadência perfeita de dois ritmos tão diversos e tão sincrônicos. Os dois lados mais opostos e complementares da mesma moeda, aqueles versos todos que dão origem à uma poesia.

Transcrevo abaixo, a íntegra do que ele me escreveu. E, parafraseando a ele mesmo, essas palavras, muito mais que qualquer texto, vão ficar pra sempre guardadas no meu coração.

Te beijo, meu menino

Tua dona. Domme Morgana



"Era o começo de uma madrugada de 16 de Novembro... Mas muito diferente de todas as outras.

Única.

Uma madrugada que começava na tarde anterior. Com a preparação pra sair de casa e os tiros na rua que me atrasaram e quase impediram a noite.

Ou talvez essa madrugada tenha começado um mês antes, numa noite qualquer, adicionando uma pessoa interessante no Fetlife, que jamais quem adicionou, poderia imaginar ser quase uma alma-gêmea.

O atraso me fez parar na estrada, sem ônibus, sem nada. Mas peguei um táxi, o desejo de encontrá-la, era demais. E ela, sempre paciente e compreensiva, coisas apaixonantes, me aguardava do outro lado do telefone.

Finalmente cheguei do outro lado da cidade. Logo a avistei junto a um grupinho de amigos. Ao vivo, era deslumbrante, até melhor do que imaginava, pelas fotos, e já a imaginava incrível. Mas, como dizer. Não foi um "uau", como acontece em filme, apenas. Mas sim um "uau" pela naturalidade. Eu a via pela primeira vez. E mesmo virtualmente, a conhecia a pouco. Mas era ela. Era naturalmente, ela. A Domme. A mulher.

Mas é como se a conhecesse há muito, muito tempo. E eu senti reciprocidade, quando nos olhamos, e foi um olhar de alívio, de felicidade mútua, mas também, de naturalidade.

Quando me dei por mim, seu rosto já estava colado ao meu, e já estávamos nos beijando. Perdi totalmente a conta de tudo que acontecia à minha volta, a partir daí, e só fui recuperar isso horas depois. Foi um beijo incrível! Não poderia imaginar que beijasse tão bem. Colava perfeitamente comigo. Era um beijo perfeito, sem erros. Um beijo determinado, dominante, gostoso, foda. Pra minha sorte, esse beijo se repetiu inúmeras vezes durante a noite, com uma intensidade cada vez maior!

Vi umas pessoas à nossa volta. Fomos apresentados e logo subimos, onde tiveram mais apresentações. Não conseguia prestar atenção na festa, meus olhos estavam nela. E a vi dando um presente a uma amiga que a deixou com um sorriso de ponta a ponta, feliz, emocionada. Não tinha dúvidas, mas certeza de que além do nosso pequeno mundo, aquela Senhora era uma pessoa incrível.

Logo voltamos pro segundo andar. A partir desse momento, não consigo lembrar posso a passo, talvez, pela explosão de sensações, sensoriais, psico-somáticas...

Lembro de nós dois num quartinho escuro, conhecendo aos poucos, uma prévia de nossos corpos, se beijando.

Lembro de mim ajoelhado aos pés dela, conhecendo suas meias, conhecendo seu cheiro, conhecendo seus pés.

Ah, seus lindos pés. Seus pés que pareciam maiores nas fotos, e eram tão lindos e pequeninos, apaixonantes.

Lembro das amigas brincando, com pena. E ela, a tal "Domme Má", sentada literalmente em minhas costas, me fazendo de banco, sem pensar duas vezes, coisa que também fez no lado de fora, e eu me senti, de fato, um banco, dando descanso àquele corpo, àquele amor.

Lembro de nós subindo e descendo pelas escadas.

E também, lembro de como era prazeroso ficar atrás dela, com ela apoiando ou forçando seu belo corpo contra o meu, no lado de fora da festa, fumando.

Lembro daquele olhar. Ao mesmo tempo, um olhar dominador, de cima pra baixo, e um olhar lindo, apaixonado.

Então recordo de nós voltando ao quartinho. Absolutamente escuro, mas o tato e o cheiro agia no lugar dos olhos. Eu sentia ela me agarrar, me puxar pro seu corpo. Sentia o seu desejo, o seu fogo. Como também sentia seus sabores. Às vezes, a pegava. Apenas pra sentir ela abaixando minha mão e invertendo o jogo, me subjugando completamente.

Tudo Gostoso.

E ela se esfregava em mim, colocava meu rosto em seus seios, sussurrava no meu ouvido, me ouriçava. Até ficar em pé, à frente da porta. E a barulheira do lado de fora não parava de crescer. Foi o primeiro momento que lembrei que estava numa festa, cheia de gente. Mas logo esqueci disso. Ela me chamou. Me ordenou. E quando me dei por si, estava a tocando. E estava muito úmida. Tive a mais absoluta certeza do quanto ela estava gostando. E isso é ótimo. Saber que agradava uma pessoa tão incrível. Pus os dedos, senti a textura, senti umedecer ainda mais. Provei com a língua. Beijei com a boca. E se não fôssemos interrompidos pelo 'mundão' lá fora, que reclamava que saíssemos da sala, certamente iríamos além. Mas saímos.

Muita conversa, seus amigos. Seu corpo no meu. Seu cheiro. Seus LINDOS cabelos no meu rosto.

Noutro momento, estávamos dentro da festa novamente. Ela tirou meu blusão, amarrou meus braços. Foi buscar algo. Percebi um monte de gente me olhando, com olhares de tédio. Sim! A noite foi tão boa, que levei mais de 3 horas pra perceber que aquela festa estava uma porcaria. Mas a minha noite estava maravilhosa.

Ela volta, me venda, me põe no chão. Promete pra mim que vai respeitar meu limite. E eu confio, e embora não goste da dor, aceito. Pois já confiava nela, agora, Minha Senhora, e Meu Amor.

Minha Senhora então jogou a primeira gota em minhas costas. Doía. Eu mexia as pernas pra ignorar a dor. E a segunda, e a terceira gota. Senti um traçado, uma linha, em minhas costas. Num determinado momento, doeu muito. E senti que estava em bons cuidados: ela percebeu. E foi até o meu rosto. Me puxou pelos cabelos. Perguntou se estava tudo bem.

Eu queria continuar. Senti um segundo traçado nas costas. A partir daí, queria ignorar a dor. Prestava atenção na música. Preso no chão com o rosto no piso, dançava com as pernas, ouvindo a música. Por um momento, eu era apenas duas coisas:

Música.

E dor.

E...

Terminou.

O 'M' que estava em minhas costas eu só fui ver depois. Mas não precisei ver as fotos pra saber quão bem eu estava sendo cuidado. Dava até pra perceber um certo olhar de inveja nos festeiros-blasé que me olhavam entediados.

Ganhei um belo abraço. Voltamos pra fora. Cigarro, carinho, corpo dela no meu, paz. Tirei seus sapatos, dois saltinhos lindos, e duas armadilhas pra belos pés. Conversamos, rimos. A vi dando atenção pra seus amigos; muito importante.

Subimos. Eu já imaginava quando ela tirou os calçados pra me fazer uma surpresa que sabia o quanto queria; ter a honra de lamber a sujeira dos seus pés. E foi o que aconteceu. Fomos pro segundo andar, agora já quase vazio, eu me ajoelhei na frente dela, depois deitei, com seu lindo e sujo pezinho no meu rosto. Tenho uma avalanche de prazeres, impossíveis de transcrever. E vamos fazendo. Sentia que ela gostava. Minha Senhora tem prazer em dominar, em ser a dominante, e em sentir que eu estava tendo prazer.

A festa acaba, às 3 da manhã????????

Mas nossa festa continua. Ela me ordena levantar. Me abraça, sinto o aconchego. E então, me beija.

Me beija, mesmo sem ter lavado minha boca com cloro. Beija a mesma boca que estava nos seus pés sujos. Como isso me surpreendeu! De todas as formas. De tanta intensidade, de tanto prazer, meu corpo tremeu, e eu tive três orgasmos enquanto abraçava seu corpo quente. Essa memória, ficará além de qualquer texto, enquanto eu existir, para sempre no meu coração.

Mas a festa acabou, e tivemos de descer.

O resto, foram as memórias que se repetiam, enquanto conversávamos, até amanhecer e chegar o nosso táxi, que arbitrariamente terminou com uma das melhores noites da minha vida.

O cansaço? Só percebi na minha cama.

Te amo, Minha Senhora, Meu Amor."

2 comentários:

  1. Divina Domme Morgana,

    Sou inteiramente adepto da filosofia da superioridade da mulher sobre o homem, e de que todas merecem todo amor, respeito, admiração, devoção e obediência.

    Sei que não te conheço, mas passeando ousadamente pelas páginas de teu blog, pude sentir a energia vibrante de sua divindade, me inebriando com esse perfume doce e hipnótico de sua sensualidade única e admirável.
    Pelas palavras do seu agraciado submisso, pude perceber a alegria de ter recebido um presente tão imerecido, de fato uma graça, que só uma deusa poderia conceder a um homem. Por isso, meu primeiro contato com suas publicações foi o suficiente para cativar minha total admiração e disposição em prestar meus serviços, caso a senhora tenha a benevolência em requerê-los um dia.
    Sei que qualquer esforço, qualquer presente, palavra e ação, jamais chegarão perto de tudo o que a senhora merece, mas mesmo assim queria oferecer um singelo tributo: posicionar o blog Perfume de Morgana como meu favorito em meu blog, castidademasculinacontrolada.blogspot.com

    Essa minha oferta é incondicional. Não peço nada em troca, não me permito barganhar com uma deusa. Só queria que soubesse que estou ao seu completo dispor para qualquer necessidade, e que encontras em meu blog, mais um lar no mundo virtual da Dominação Feminina.

    De joelhos. Squal.

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  2. Boa noite, Squal

    Estive um pouco afastada do meu blog por conta das atribuições do novo site, e somente hoje vi sua postagem. Qual não foi minha surpresa em ler palavras tão doces e agradáveis!

    Passeei pelo seu blog e gostei do conteúdo. Agradeço a prestimosidade em favoritar o meu, e espero que sinta aqui, como eu me sinto: em casa.

    Reverências aceitas

    Domme Morgana

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